quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

AS RELIGIÕES E A MÚSICA


AS RELIGIÕES E A MÚSICA
          
O terrorismo do fundamentalismo islâmico desencadeou a 3ª Guerra Mundial. Não se encontra no Alcorão, — as revelações de Deus, Alá, ao profeta Maomé (570-632) — nada que justifique a matança de inocentes em 11de setembro de 2001 nos EUA, agora na Espanha, ou homens-bombas em toda parte do mundo; como não se justifica o uso da Bíblia e o nome de Cristo para que os católicos promovessem a Inquisição e as Cruzadas, ou que Ariel Sharon use a Torá e o Talmude para que Israel use o nome de Jeová, Javé, para fazer o que faz com os palestinos. Não se justifica matar em nome de Deus. Cristianismo, judaísmo e islamismo têm origem comum. As três religiões surgiram no mesmo lugar. Moisés e Jesus são aceitos como profetas no islamismo. Abraão, por exemplo, é patriarca dos cristãos, judeus e muçulmanos.

Diz Dom Hélder Câmara em seu livro “Revolução Dentro da Paz”: “Quando eu nasci, meu pai era maçom convicto, não se interessava por religião. Meu pai me ajudou a ver que é possível ser bom, sem ser religioso. Mais tarde, eu mesmo compreendi como é possível ser católico praticante e ser egoísta”. No mesmo livro, Dom Hélder (Hélder quer dizer céu limpo) conta que um prolongado temporal interditou completamente todas as estradas de chão que ligavam um vilarejo. Velhos, mulheres e crianças já não tinham o que comer. Duas carroças foram mandadas aonde tinham víveres. Na volta, as carroças ficaram atoladas. Um dos carroceiros era devoto e ali mesmo na lama e embaixo de chuva ajoelhou-se pedindo ajuda de Deus. O outro, arranjou um pedaço de pau que colocava embaixo da roda e tentava levantá-lo com o outro; e aconteceu o milagre: Um anjo veio do Céu e foi direto ao carroceiro que xingava, batia no burro e tentava desatolar a carroça. O carroceiro perplexo disse: “É ele que é devoto”. Não, respondeu o anjo: “Deus ajuda a quem trabalha. Faz por ti que eu te ajudarei”.

Recebi a Graça da Fé; Vivenciei o dogma da Cruz: a redenção que sucede ao sofrimento e conheci a Ressurreição em vida. Creio na existência do Criador, o Panteísmo que considera e vê Deus em tudo e que só o homem, por seus próprios meios, pode despertar de suas ilusões. Precisamos, sim, de uma filosofia ou religião para suportar as vicissitudes da vida, até mesmo na música clássica: Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Dvorák, Brahms, Haendel, o Adágio de Tomaso Albinoni etc. “A música tem o poder de dissolver as tensões do coração e a violência de emoções sombrias, ensina o I Ching. É também a companheira na alegria, o bálsamo nas dores e serve como refúgio, consolo e deleite. A música oferece, mais que simples entretenimento, a oportunidade de experimentar sensações profundas e mergulhar na introspecção. Música é vida interior. E quem tem vida interior, jamais padece de solidão”.

Jung, no livro “Psicologia e Religião”, alerta para os perigos da alma, para temer as forças impessoais que se acham ocultas em seu inconsciente, pois quando as pessoas se reúnem em grande número, elas se transformam em turba desordenada, desencadeando-se as feras e demônios que dormitam no fundo de cada indivíduo. Um homem afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. Na realidade, vivemos sempre como que em cima de um vulcão, e a humanidade não dispõe de recursos preventivos contra uma possível erupção que aniquilaria todas as pessoas ao seu alcance, quando nele irrompem as forças coletivas (a epidemia psíquica) capazes de transformar aviões de passageiros em mísseis, explodir trens de passageiros, igrejas, clubes, gases venenosos em metrôs, como fizeram no Japão, ou mesmo usar alguns dos 80 artefatos nucleares portáteis roubados dos arsenais da antiga União Soviética. A batalha de Armagedon de que fala Nostradamus em suas Profecias, é o nome de um monte no Iraque. A Humanidade corre um grande risco. Ao homem de oração implica um diálogo profundo com seu eu interior, cujo efeito é a radiação da serenidade e de infinita paciência e crer em Deus a partir de todo o seu ser.

A experiência cósmica da religião é o motivo mais nobre da pesquisa científica. O sentimento de mais alta e mais nobre repercussão é a vivência da realidade mística. Só dai surge a verdadeira ciência. Quem estiver alheio a este sentimento, incapaz de admirar-se e abismar-se em profundo respeito, conta como espiritualmente morto. Saber que o insondável realmente existe, manifestando-se como verdade suprema e beleza irradiante das quais temos apenas uma vaga intuição, constitui o âmago da verdadeira religiosidade. Minha religião consiste numa humilde adoração de um Ser infinito, de natureza superior e que se manifesta mesmo nos pequenos detalhes da vida. (ALBERT EINSTEIN)


A VOZ DO MESTRE


                                  
     A VOZ DO MESTRE
                

                   “Neste mundo, há duas espécies de homens: os homens de ontem e os homens de amanhã. A qual das duas pertenceis, meus irmãos”?, pergunta Kahlil Gibran – (Autor de “O Profeta”)  em “A VOZ DO MESTRE” (editora Record, tradução de Emir Farhat), fala comoventemente da vitória da fé sobre a angústia, do amor sobre a solidão, o casamento, a Divindade do Homem, a Razão e Conhecimento, amor e igualdade, a vida, a morte, os enigmas, as lutas interiores, os anseios, as aspirações e os pesares, dando uma nova dimensão da inteligência  – são alguns temas que Gibran desenvolve neste livro magnífico, oferecendo visões novas de muitas das mais complexas questões da vida humana. A sabedoria e o lirismo em “A Voz do Mestre” vem do Líbano, antiga Fenícia, vem do Levante, berço de civilizações milenares fecundas e de espiritualidades úteis a nós que vivemos no Ocidente para mostrar que a alma humana, na sua grandeza do seu ideal e na tortura da sua imperfeição é a mesma e única verdade essencial em todas as culturas.  
                                 “Vinde, deixai que vos observe e verifique se sois dos que estão entrando no mundo da luz, ou daqueles que se adentram na terra da treva. Vinde, dizei-me quem sois e o que quereis”. Como se dirigisse aos muitos líderes do Islamismo que pregam a destruição, pergunta:  “Sois como o chefe religioso, que faz da ingenuidade dos crentes um traje escarlate para seu corpo; e da generosidade deles extrai uma coroa de ouro para sua cabeça; e, apesar de viver na opulência de Satã, vomita sua ira sobre eles? Se isso ocorre, sois um herege; e pouco importa se jejuais todo dia e rezais toda noite.”.
                              Sois como o escritor que mantém a cabeça acima da multidão, enquanto seu cérebro está mergulhado nas profundezas de um passado apenas cheio de trapos e restos das idades? Desse modo, sois como uma lagoa de águas estagnados, ou sois como o pensador profundo, que investiga seu íntimo, livra-se do que não tem valor, do que já está superado e imprestável, mas preserva o que é útil e bom? Se isso ocorre, sois como o maná para os famintos e a água frescas e límpida para os sedentos. Sois como o poeta, cheio de ruídos e sons vazios, ou sois como uma daquelas almas eleitas, em cujas mãos Deus colocou um violino para acalmar o espírito com música celestial, e tornar seus companheiros ligados à Vida e à Beleza da Vida? Desse modo, sois como uma tocha a iluminar-nos o caminho, ou um suave anelo em nossos corações e uma revelação do divino em nossos sonhos.
                            Assim, a humanidade está divida em duas longas filas, uma composta dos envelhecidos e encurvados, que se apóiam em bastões arqueados e, à medida na estrada da Vida, arquejam como se estivessem ascendendo ao topo de uma montanha, embora, ao contrário, estejam se despencando num abismo. E a segunda fila é composta de jovens, correndo como se estivessem pés alados, cantando como se tivessem gargantas reforçadas por cordas de prata, e subindo em direção ao topo da montanha como se os impulsionasse algum poder mágico e irresistível, continua Gibran,  perguntando: A qual dessas duas  procissões pertenceis, meus irmãos? Fazei a vós mesmos essa pergunta, quando estiverdes sozinhos no silêncio da noite. Julgai, por vós mesmos, se pertenceis aos Escravos de Ontem ou aos Homens Livres do Amanhã.
                            “Vim para dizer uma palavra e devo dizê-la agora.  Mas se a morte me impedir, ela será dita pelo Amanhã, porque o Amanhã nunca deixa segredos no livro da Eternidade.
               Vim para viver na glória do Amor e na luz da Beleza, que são os reflexos de Deus. Estou aqui, vivendo, e não me podem extrair o usufruto da vida porque, através da minha palavra atuante, sobreviverei mesmo após a morte.
               Vim aqui para ser por todos e com todos, e o que faço Hoje na minha solidão ecoará Amanhã entre todos os homens.
                           O que digo hoje com apenas meu coração será dito Amanhã por milhares de corações, conclui Kahlil Gibran em A Voz do Mestre.

                     Resume a Sabedoria Oriental:
“SÓ PASSAREI POR ESTE MUNDO UMA VEZ. ASSIM, TODAS AS BOAS AÇÕES QUE POSSA PRATICAR E TODAS AS GENTILEZAS QUE EU POSSA DISPENSAR A QUALQUER SER HUMANO, DEVO APROVEITAR ESTE MOMENTO PARA FAZÊ-LO  NÃO DEVO ADIÁ-LAS NEM ESQUECER-ME DELAS, POIS NÃO VOLTAREI A PASSAR POR ESTE CAMINHO”

              

                                         

SER FELIZ, SEGUNDO JUNG E EPICURO

             SER FELIZ, SEGUNDO JUNG E EPICURO                           

FELICIDADE; O QUE FAZ UMA PESSOA FELIZ? É um tema muito caro neste mundo atribulado que vivemos, em que muitos de nós questiona o objetivo da vida e o que é "ser feliz". Para Carl Gustav Jung, para se ser feliz, é preciso se ter seis coisas na vida, que são:
1 - Boa saúde. 2 - Gosto pela beleza nas artes e na natureza. 3 - Um razoável padrão de vida. 4 - Um trabalho que dê satisfação. 5 Uma religião ou filosofia para enfrentar as vicissitudes da vida 6 - Um casamento feliz.
Mas adverte: “Um homem completo sabe que mesmo seu mais feroz inimigo, não um só, mas um bom número deles, não chega aos pés daquele terrível adversário, ou seja, aquele “outro” que habita em seu seio. Enfim, “O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo”. O “animus” é a polarização sombria e masculina da mulher. Já a “anima” é o lado sombrio e feminino do homem .” C.G. Jung Daí a necessidade do “Conhece-te a ti mesmo para conheceres os deuses e o
universo”, pregado por Sócrates.
Em busca na internet  conseguimos conhecer a filosofia de Epicuro.  O Epicurismo é o sistema filosófico ensinado por Epicuro de Samos, filósofo ateniense do século IV a.C., e seguido depois por outros filósofos, chamados epicuristas.
Epicuro propunha uma vida de contínuo prazer como chave para a felicidade, esse era o objetivo de seus ensinamentos morais. Para Epicuro, a presença do prazer era sinônimo de ausência de dor, ou de qualquer tipo de aflição: a fome, a abstenção sexual, o aborrecimento etc.
A finalidade da filosofia de Epicuro não era teórica, mas sim bastante prática. Buscava sobretudo encontrar o sossego necessário para uma vida feliz e aprazível, na qual os temores perante o destino, os deuses ou a morte estavam definitivamente eliminados. Para isso fundamentava-se em uma teoria do conhecimento empirista, em uma física atomista e em uma ética hedonista.
No antigo mundo da zona Mediterrânea, a filosofia epicurista conquistou grande número de seguidores. Foi uma escola de pensamento muito proeminente por um período de sete séculos depois da morte do fundador. Posteriormente, quase relegou-se ao esquecimento devido ao início da Idade Média, período em que se perderam a maioria dos escritos deste filósofo grego.
A idéia que Epicuro tinha, era que para ser feliz o homem necessitava de três coisas: Liberdade, Amizade e Tempo para meditar, isto é, aprender a se proteger de si mesmo. Essa filosofia é o que rege muitas empresas de marketing e propaganda, em vez de vender o produto ela vende uma destas três opções associadas ao produto. Na Grécia antiga existia uma cidade na qual, em um muro na frente de um mercado, tinha escrito toda a filosofia da felicidade de Epicuro, procurando conscientizar as pessoas que comprar não as tornaria mais felizes como elas acreditavam.
Uma agência de publicidade, Inspirada na filosofia de Epicuro anuncio uma bela mansão com um caríssimo carro estacionado na frente e no rodapé do anúncio: “A felicidade não está incluída”.  Certa vez uma grã-fina carioca  pediu que Oscar Niemayer fizesse uma planta de uma casa “que deixasse a pessoa feliz”, ao que Niemayer respondeu: “Quem é que vai morar nessa casa”?


Diz um provérbio escocês:  Procure ser feliz enquanto estiver vivo porque você vai ficar muito tempo morto...


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

OS QUATRO INIMIGOS DO HOMEM


                 OS QUATRO INIMIGOS DO HOMEM

                                                              THEODIANO BASTOS

                                           “O poder é uma carga em seu destino” e um dos quatro piores inimigos do homem, já alertava Don Juan, feiticeiro da tribo Yaque de Sonora, México, contado por Carlos Castaneda em seu livro A Erva do Diabo,

                                          O PODER é o mais forte de todos os inimigos do homem. Afinal de contas, o homem é realmente invencível. Ele comanda; começa correndo risco calculados e termina estabelecendo regras, porque é o Senhor. “Um homem nesse estágio, quase nem nota seu terceiro inimigo se aproximando. E de repente, sem saber, certamente terá perdido a batalha. Seu inimigo o terá transformado num homem cruel e caprichoso. Um homem derrotado pelo poder morre sem realmente saber manejá-lo. E um homem desses não tem domínio sobre si e não sabe quando ou como usar o poder! “Terá de desafiar propositadamente o poder para poder derrotá-lo. Deve aprender a controlá-lo em todas as ocasiões, tratando com cuidado e lealdade tudo o que aprendeu. O primeiro dos inimigos do homem é o
                                          O MEDO. O medo que permanece oculto em todas as voltas do caminho à espreita. A solução é enfrentar e desafiar o medo. Não se deve fugir dele. “Deve-se ter medo, plenamente, e no entanto não se deve parar”, pois o derrotado pelo medo, jamais será um homem de conhecimento e muito pior, se transformará num tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo, será um homem vencido. A vitória sobre o medo, traz ao homem a segurança de si mesmo, não sente mais medo de aprender, adquiriu confiança em si, ele agora é um homem de
                                      A CLAREZA... uma clareza de espírito que apaga o medo. O homem ´, então, já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta. “E assim o homem encontra seu segundo inimigo: A clareza; essa clareza que é tão difícil de obter, continua ensinando o índio feiticeiro Dom Juan. Elimina o medo, mas também o cega”, obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança de que ele poder fazer o que bem entender, pois vê tudo claramente. Ele é corajoso porque é claro e não pára diante de nada porque é claro. Mas tudo isso é engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a essa tentação, terá sido derrotado pelo segundo inimigo natural. Mas se enfrentar e também vencer essa tentação, será um homem de PODER. Se for derrotado, não será ainda um homem de conhecimento, mas poderá ser um guerreiro valente, ou um palhaço. Não terá mais medo, dominará a clareza e atingirá o verdadeiro poder. E assim, o homem estará no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrará seu último inimigo:
                                            A VELHICE. Este inimigo, alerta o feiticeiro mexicano Dom Juan, é o mais cruel de todos, o único que ele não conseguirá derrotar completamente, mas apenas afastar. O homem não tem mais receios nem impaciência, pois seu poder está controlado. O perigo é sentir o irresistível desejo de descansar. Se ele ceder completamente a seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, terá perdido a última batalha da vida e seu inimigo o reduzirá a uma criatura velha e débil. Mas se o homem sacode sua fadiga, e vive seu destino completamente, então poderá ser chamado de um HOMEM DE CONHECIMENTO.

Este texto está no blog Oficina de Ideias: theodianobastos.blogspoto.com
Theodiano Bastos é escritor, presidente do Círculo de Estudo, Pensamento e Ação CEPA- ES www.proex.ufes.br/cepa