A VOZ DO MESTRE
“Neste mundo, há duas espécies de homens: os homens de ontem e os homens de amanhã. A qual das duas pertenceis, meus irmãos”?, pergunta Kahlil Gibran – (Autor de “O Profeta”) em “A VOZ DO MESTRE” (editora Record, tradução de Emir Farhat), fala comoventemente da vitória da fé sobre a angústia, do amor sobre a solidão, o casamento, a Divindade do Homem, a Razão e Conhecimento, amor e igualdade, a vida, a morte, os enigmas, as lutas interiores, os anseios, as aspirações e os pesares, dando uma nova dimensão da inteligência – são alguns temas que Gibran desenvolve neste livro magnífico, oferecendo visões novas de muitas das mais complexas questões da vida humana. A sabedoria e o lirismo em “A Voz do Mestre” vem do Líbano, antiga Fenícia, vem do Levante, berço de civilizações milenares fecundas e de espiritualidades úteis a nós que vivemos no Ocidente para mostrar que a alma humana, na sua grandeza do seu ideal e na tortura da sua imperfeição é a mesma e única verdade essencial em todas as culturas.
“Vinde, deixai que vos observe e verifique se sois dos que estão entrando no mundo da luz, ou daqueles que se adentram na terra da treva. Vinde, dizei-me quem sois e o que quereis”. Como se dirigisse aos muitos líderes do Islamismo que pregam a destruição, pergunta: “Sois como o chefe religioso, que faz da ingenuidade dos crentes um traje escarlate para seu corpo; e da generosidade deles extrai uma coroa de ouro para sua cabeça; e, apesar de viver na opulência de Satã, vomita sua ira sobre eles? Se isso ocorre, sois um herege; e pouco importa se jejuais todo dia e rezais toda noite.”.
Sois como o escritor que mantém a cabeça acima da multidão, enquanto seu cérebro está mergulhado nas profundezas de um passado apenas cheio de trapos e restos das idades? Desse modo, sois como uma lagoa de águas estagnados, ou sois como o pensador profundo, que investiga seu íntimo, livra-se do que não tem valor, do que já está superado e imprestável, mas preserva o que é útil e bom? Se isso ocorre, sois como o maná para os famintos e a água frescas e límpida para os sedentos. Sois como o poeta, cheio de ruídos e sons vazios, ou sois como uma daquelas almas eleitas, em cujas mãos Deus colocou um violino para acalmar o espírito com música celestial, e tornar seus companheiros ligados à Vida e à Beleza da Vida? Desse modo, sois como uma tocha a iluminar-nos o caminho, ou um suave anelo em nossos corações e uma revelação do divino em nossos sonhos.
Assim, a humanidade está divida em duas longas filas, uma composta dos envelhecidos e encurvados, que se apóiam em bastões arqueados e, à medida na estrada da Vida, arquejam como se estivessem ascendendo ao topo de uma montanha, embora, ao contrário, estejam se despencando num abismo. E a segunda fila é composta de jovens, correndo como se estivessem pés alados, cantando como se tivessem gargantas reforçadas por cordas de prata, e subindo em direção ao topo da montanha como se os impulsionasse algum poder mágico e irresistível, continua Gibran, perguntando: A qual dessas duas procissões pertenceis, meus irmãos? Fazei a vós mesmos essa pergunta, quando estiverdes sozinhos no silêncio da noite. Julgai, por vós mesmos, se pertenceis aos Escravos de Ontem ou aos Homens Livres do Amanhã.
“Vim para dizer uma palavra e devo dizê-la agora. Mas se a morte me impedir, ela será dita pelo Amanhã, porque o Amanhã nunca deixa segredos no livro da Eternidade.
Vim para viver na glória do Amor e na luz da Beleza, que são os reflexos de Deus. Estou aqui, vivendo, e não me podem extrair o usufruto da vida porque, através da minha palavra atuante, sobreviverei mesmo após a morte.
Vim aqui para ser por todos e com todos, e o que faço Hoje na minha solidão ecoará Amanhã entre todos os homens.
O que digo hoje com apenas meu coração será dito Amanhã por milhares de corações, conclui Kahlil Gibran em A Voz do Mestre.
Resume a Sabedoria Oriental:
“SÓ PASSAREI POR ESTE MUNDO UMA VEZ. ASSIM, TODAS AS BOAS AÇÕES QUE POSSA PRATICAR E TODAS AS GENTILEZAS QUE EU POSSA DISPENSAR A QUALQUER SER HUMANO, DEVO APROVEITAR ESTE MOMENTO PARA FAZÊ-LO NÃO DEVO ADIÁ-LAS NEM ESQUECER-ME DELAS, POIS NÃO VOLTAREI A PASSAR POR ESTE CAMINHO”
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