CENÁRIO
POLÍTICO APÓS AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012
Theodiano Bastos
Apesar de
alarde do PT, não houve hegemonia de nenhum partido na eleição municipal de
2012.
E ao se analisar o
mapa com os resultados das eleições municipais de 2012, emergem no cenário
político nacional dois líderes: Aécio Neves e Eduardo Campos.
O PT ganhou apenas em 10% dos municípios e os outros
90%, com 80% dos eleitores
foram pulverizados entre os outros partidos. A vitória em São Paulo, que
representa 5% do eleitorado brasileiro não compensou as derrotas em Recife,
Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, e Porto Alegre, apesar todo empenho de
Lula e Dilma. Em Vitória, a ex-ministra de Dilma, a dep. Federal Iriny Lopes,
do PT, nem chegou ao segundo turno e só teve 18% dos votos, apesar de toda
cobertura de Dilma e Lula. Vejam esses dados:
2012,
segundo turno:
Fernando Haddad,
3.387.720 (55,57%)
José Serra, 2.705.768 (44,43%)
Abstenção: 1.722.880 919,99%); nulos: 500.578 (7,26%) e branco: 99.224 (4,34%)
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Apesar de toda euforia, Haddad
teve menos votos em 2012 que Kassab em 2008, vejam:
2008, segundo turno:
Gilberto Kassab, DEM,
3.790.558 (60,72%
Marta Suplicy, PT,
2.452.527 (39,28%)
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Ao se
analisar o mapa com os resultados das eleições municipais de 2012, emergem no
cenário político nacional dois líderes: Aécio Neves e Eduardo Campos.
Na parte do País onde o governo
federal fincara sólidas bandeiras é visto com festejo: Salvador, Teresina,
Maceió, Manaus, Belém e Aracaju. Inclui Fortaleza e Recife, conquistas do PSB
em confronto com o PT, para dizer que a invencibilidade de Lula é um mito e a
boa avaliação de Dilma não resulta necessariamente em influência de voto.A presidente e Lula se empenharam pessoalmente em cinco cidades, (Belo Horizonte, Campinas, São Paulo, Manaus, Salvador) e perdeu em quatro.
Em número de
municípios, o PMDB continuou em primeiro lugar, o PSDB em segundo e o PT em
terceiro. Mas mesmo com o julgamento do mensalão, o PT cresceu em votos nos 85
maiores municípios do país, passando de 9,6 eleitores para 15,2; O PSB foi o
que mais cresceu, passando de 3,1 milhões de eleitores para 7,7; PMDB decresceu
de 12,8 para 7,4; o PSDB cresceu um pouco, passando de 6 para 6,4; o PDT também
cresceu, passando de 2,8 para 3,7 e o DEM passou de 9,9 para 3,1 e o PSD,
disputando uma eleição pela primeira, conseguiu 1,4 milhões de eleitores entre
os 85 maiores colégios eleitorais do país.
O Bolsa Família falou mais alto...
Estranhamente a
oposição ganhou no Norte e Nordeste, redutos do PT e perdeu terreno no Sul e
Sudeste. Na Bahia, por exemplo, Dilma teve 64% dos votos em 2010 e em Salvador
perdeu para o DEM com ACM Neto.
O PSB aparece como
sucessor do PT na eleição presidencial de 2014. O partido que mais cresceu em
relação a 2008, conquistou Recife e Cuiabá e reelegeu o prefeito de Belo
Horizonte, com Márcio Lacerda. As vitórias nas capitais de Pernambuco e Minas
Gerais têm maior peso político não apenas pelo expressivo eleitorado das duas
cidades, mas porque houve confronto direto com candidatos do PT.
ELEIÇÃO
PRESIDENCIAL DE 2014, CENÁRIO
O PT
tem atualmente na Câmara 85 deputados (16% em 513) e no Senador, 14 senadores
(17% em 81). Desta forma a base aliada é
completada com adesismo de 17 partidos,
mediante oferta de cargos e liberação de emendas.. São 366 deputados e 63
senadores que formam a base governista no Congresso, onde domina com 71,3% da
Câmara e 77,7% do Senado, porcentual que
nem Hugo Chaves conseguiu na Venezuela,
onde tem 64% dos votos...
E se Aécio Neves do
PSDB firmar coligação com Eduardo Campos, não tenhamos dúvidas de que essa
dupla ganhará a eleição presidencial de 2014, derrotando Dilma ou Lula.
Articulações já
existem propondo a aliança política entre Minas, São Paulo e Pernambuco, tendo
Eduardo Campos como candidato a presidente e Aécio Neves como Vice. Ao vencerem
as eleições, implantariam o parlamentarismo e Aécio seria o Primeiro Ministro.
A conferir.
Em
Recife, o PT acabou com o PT.
“Foi
um rol de trapalhadas", afirmou Wagner, sobre o conflito que resultou na
divisão da legenda, no rompimento da aliança com o PSB e no fim da hegemonia
local”.
Humberto
Costa acabou em terceiro lugar, com 17% dos votos. Geraldo Julio (PSB),
apadrinhado pelo governador pernambucano Eduardo Campos, venceu a eleição de
Recife no primeiro turno com 51% dos votos.
Diz
Heitor Carvalho, da UFMG:
“Descontadas
as bravatas do tipo "sindical" em que qualquer resultado da greve
sempre É PRECISO TROMBETEAR
QUE GANHAMOS porque senão na próxima ninguém vai querer "embarcar em canoa furada" é ainda meio cedo para analisar as consequências para 2014. Os eleitos ainda não tomaram posse, não organizaram suas respectivas "bases aliadas" e os cenários nacional e internacional estão ainda "assimilando" as diversas mudanças.
O que acontecerá na China, nos EUA, na Europa? Esses macroimpactos na economia ainda vão repercutir de forma impactante no Brasil. Outra consideração importante é a evolução da demografia. Em 2012 muitos dos novos eleitores nunca terão tido participação naqueles históricos comícios de "Lula lá" mas terão ouvido falar - mesmo que ligeiramente- - no mensalão, no ministro Barbosa do Supremo Tribunal Federal.
Se o Haddad seguir a "tradição" de "aparelhar a prefeitura" será muito mais difícil esconder os mal feitos (tipo ENEM, Cotas,
Parfor e outras coisas feitas no MEC atrás de uma barragem de propaganda) porque tudo estará bem à vista da população. As "Cotas" na Universidade, na verdade concreta, são irrisórias porque depedem de tantos cálculos, como o da percentagem de autodeclarados negros, pardos e indígenas, em cada estado e na "progressiva" implantação em três anos, que concorrer "sem cota" acaba tendo uma relação "candidato-vaga" mais favorável. Isto pode ser constatado entrando-se nos sites das universidades e examinando os quadros-planilhas de vagas-cota por curso. Não está sendo divulgado que as Federais estão com índices de evasão de 40 a 60% em todos os cursos. Muitos novos ingressantes quando descobrem que como estudantes terão que fazer uma coisa horrível e que nunca fizeram antes na sua vida escolar pregressa, isto é, ESTUDAR, abandonam.
QUE GANHAMOS porque senão na próxima ninguém vai querer "embarcar em canoa furada" é ainda meio cedo para analisar as consequências para 2014. Os eleitos ainda não tomaram posse, não organizaram suas respectivas "bases aliadas" e os cenários nacional e internacional estão ainda "assimilando" as diversas mudanças.
O que acontecerá na China, nos EUA, na Europa? Esses macroimpactos na economia ainda vão repercutir de forma impactante no Brasil. Outra consideração importante é a evolução da demografia. Em 2012 muitos dos novos eleitores nunca terão tido participação naqueles históricos comícios de "Lula lá" mas terão ouvido falar - mesmo que ligeiramente- - no mensalão, no ministro Barbosa do Supremo Tribunal Federal.
Se o Haddad seguir a "tradição" de "aparelhar a prefeitura" será muito mais difícil esconder os mal feitos (tipo ENEM, Cotas,
Parfor e outras coisas feitas no MEC atrás de uma barragem de propaganda) porque tudo estará bem à vista da população. As "Cotas" na Universidade, na verdade concreta, são irrisórias porque depedem de tantos cálculos, como o da percentagem de autodeclarados negros, pardos e indígenas, em cada estado e na "progressiva" implantação em três anos, que concorrer "sem cota" acaba tendo uma relação "candidato-vaga" mais favorável. Isto pode ser constatado entrando-se nos sites das universidades e examinando os quadros-planilhas de vagas-cota por curso. Não está sendo divulgado que as Federais estão com índices de evasão de 40 a 60% em todos os cursos. Muitos novos ingressantes quando descobrem que como estudantes terão que fazer uma coisa horrível e que nunca fizeram antes na sua vida escolar pregressa, isto é, ESTUDAR, abandonam.
Acham
que não vale a pena tanto esforço para depois ganhar um "salário"
menor do que com os "biscates" que andam fazendo.
A falta de tradição de estudo nas famílias é uma luta inglória. Na residência não há um lugar para guardar livros (o que é isto?), ou
em que se possa ter uma hora de silêncio relativo para concentração. Muitos dirão ao calouro que estudar muito faz ficar doido, que se ganha mais dinheiro com o comércio, que nunca conseguirão vencer porque tudo já é para as elites, e assim por diante.
Junte-se a tudo isto as dificuldades maiores que acabam enfrentando por várias dificuldades como transporte, horários, alimentação, falta de conhecimentos que são pré-requisitos, falta de adaptação das próprias escolas e professores para atender às necessidades deles e o resultado é o abandono ou fracasso. Isto reforça tudo que o discurso "contra" já vaticinou. Quando uns poucos de todo esse grupo chega a vencer então vai aparecer na "propaganda oficial" e em "entrevistas" na Voz do Brasil para uso eleitoreiro...”
A falta de tradição de estudo nas famílias é uma luta inglória. Na residência não há um lugar para guardar livros (o que é isto?), ou
em que se possa ter uma hora de silêncio relativo para concentração. Muitos dirão ao calouro que estudar muito faz ficar doido, que se ganha mais dinheiro com o comércio, que nunca conseguirão vencer porque tudo já é para as elites, e assim por diante.
Junte-se a tudo isto as dificuldades maiores que acabam enfrentando por várias dificuldades como transporte, horários, alimentação, falta de conhecimentos que são pré-requisitos, falta de adaptação das próprias escolas e professores para atender às necessidades deles e o resultado é o abandono ou fracasso. Isto reforça tudo que o discurso "contra" já vaticinou. Quando uns poucos de todo esse grupo chega a vencer então vai aparecer na "propaganda oficial" e em "entrevistas" na Voz do Brasil para uso eleitoreiro...”
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PAULICEIA DESNORTEADA
Diz
Dora Kramer, (O Estado de S.Paulo, 30/10/12):
A gênese da
candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo é de alguma forma síntese
das tormentosas bifurcações que assolam o PSDB. Alto nível de rejeição a
Serra por ter renunciado ao cargo de prefeito para concorrer ao governo do
estado e depois renunciou para candidatar-se a presidente em 2010.
Russomano desabou
na reta final ao lançar o bilhete fracionado no lugar do bilhete único, e
quem morava mais longe pagaria mais.
PT já tinha
governado São Paulo com Luíza Erundina e depois com Marta Suplicy e agora
reconquista a prefeitura com Fernando Haddad, uma vitória inesperada do PT. Haddad é eleito prefeito com menos votos do
que Kassab obteve em 2008.
O PSDB errou feio
em São Paulo. Ao invés da renovação, partiu para mais do mesmo e deu no que
deu.
De acordo com os
dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 19,99% dos eleitores
da capital paulista – 1,72 milhão de pessoas – não compareceram às urnas
neste domingo. No primeiro turno, realizado no dia 7 de outubro, o percentual
havia sido de 18,48%.
No pleito deste
domingo, o percentual de votos em branco e nulos foi menor em comparação ao
primeiro turno, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Os votos brancos, que no primeiro turno chegaram a 5,43%, ou 381.407
de votos, somaram 4,34% do total (299.224 votos) no segundo turno. Os votos
nulos passaram de 516.384 (7,35% dos que foram às urnas) no primeiro turno
para 500.578 (7,26% do total) neste domingo.
“Serra foi candidato por insistência do partido que lhe negara
a presidência do instituto nacional de estudos (Teotônio Vilela) no ano
anterior e na prévia municipal deu-lhe o aval de candidato com pouco mais da
metade dos votos (52%).
Em miúdos, o partido queria, mas não queria muito. Houve quem
enxergasse na candidatura a prefeito uma oportunidade de tirar Serra
definitivamente da disputa de 2014 - projeto por ele acalentado, embora não
necessariamente para presidente -, houve quem preferisse apostar na escolha
de um dos quatro candidatos à prévia, mais ou menos equivalentes no tocante à
baixa densidade na largada.
Não enfrentou a questão das renúncias de Serra, uma quando era
prefeito e renunciou para se candidatar ao governo e quando novamente
renunciou em 2010 para ser candidato a presidente. nem soube separar as duas
fases da gestão de Kassab, uma como herdeiro, outra como prefeito eleito.
Houve alertas internos nesse sentido? Houve, mas caíram no
buraco negro das dissensões, teimosias, animosidades, autofagia, corpo mole e
tudo o mais que agora desautoriza as reclamações do departamento de
engenharia de obra feita. Se houvesse unidade, comando e tirocínio no
partido, o efeito deletério não teria encontrado terreno fértil”, conclui
Dora Kramer.
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ELEIÇÃO EM SALVADOR
O
autor deste blog estava em Salvador dia 28/10/12, na eleição do segundo turno.
Havia
militantes do PT agitando bandeiras vermelhos, como um enxame de abelhas para
tudo quanto é lugar.
Segundo
informavam, muitos desses militantes foram trazidos dos municípios da Grande
Salvador e até de Sergipe. Todos os ônibus urbanos tinham adesivos colados nas
laterais e na parte traseira com a estrela vermelho do PT com o 13.
Houve
um vale-tudo total, ganhar de qualquer jeito. E apesar do enorme empenho de
Lula e Dilma e do governador Jaques Vagner e da máquina do PT, ACM NETO do DEM,
Nelson Pelegrino foi derrotado.
ACM
Neto teve quase 94 mil votos a mais.
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Abstenção no primeiro turno das eleições
supera 16%.
22,7
milhões de eleitores não votaram, 4 milhões a mais que em 2008. Maior
abstenção ocorreu no Maranhão (19,6%) e menor, em Sergipe (7%). Com 100% dos votos
apurados no 1º turno destas eleições, 22,73milhões de eleitores não
compareceram às urnas para escolher umcandidato, de acordo com dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, o nível de abstenção no país
chegou a 16,41% dos 138,5 milhões de eleitores do país.
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Conclusões: Apesar do julgamento
no STF e a condenação de figurões do PT, isso pouco influiu no eleitorado do
Bolsa Família e em São Paulo, o PSDB errou feio ao insistir mais do mesmo e a
vitória de Haddad também foi obra do marqueteiro João Santana.
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